O corpo cresce e envelhece, mas minha mente continua criança, ativa, inquieta, obstinada, com medo.
Apercebo-me como sei pouco das coisas, como tudo está ainda por acontecer e o pânico toma conta. Será que vou ter tempo para tudo?
Parada na insônia observo as tarefas do próximo dia, do próximo mês. Porque sempre estamos correndo a frente dos acontecimentos? Será isto um aviso de que estamos perdendo nossa autonomia, será que a vida se passa tão ruim, que a queremos desenfreada.
Às vezes caminhamos desamparados a olhar os outros rostos, pensando descobrir as respostas às nossas ansiedades. Outras vezes a descobrimos bem dentro de nós.
Dormir um pouco, quem sabe acordar com prazer renovado e admirar, pela janela, o dia lá fora misteriosamente andando com vagar.